Sra. Presidente
Senhoras e Senhores deputados
“É de grande monotonia a nossa história financeira (…) gasta-se mais do que se tem, fazemos défice e pagamos tudo com empréstimos”.
Estas palavras não são minhas. Têm 114 anos e foram proferidas no Relatório e Propostas da Fazenda, por Anselmo de Andrade.
Senhoras e Senhores Deputados,
114 anos depois, há quem queira e tudo faça para que isto continue a ser uma verdade.
Gastar mais do que aquilo que temos, fazer défice, e pagar tudo com empréstimos.
Em 2010, Portugal tinha um défice de 11,2%. O mais alto da nossa história democrática. Este cénario tem um rosto e um responsável. O responsável pelos 153 milhões em relatórios e estudos associados ao TGV, o responsável pelas ruinosas PPP rodoviárias, o responsável pelo desastre financeiro da Parque Escolar.
Enfim, é o Partido Socialista das 3 bancarrotas em Portugal. Um Partido Socialista que quer mudança para ser governo, mas que não está disposto a mudar.
Nesta que é a primeira declaração política deste ano decisivo de 2015, vimos falar da confiança que temos no Futuro de Portugal.
Em 2011, quando outros atiraram a toalha ao chão e nos deixaram sem autonomia, sem esperança, com o peso de uma dívida monstruosa e castradora do futuro das novas gerações, nós, esta maioria, dissemos Sim a Portugal.
Quem não tem memória não honra a sua história, e é importante lembrar que este governo, esta maioria fez um relevante serviço na salvaguarda do Estado, e em particular do nosso Estado Social.
Nenhum outro Governo teve de enfrentar tanta dívida. Nenhum outro Governo teve de corrigir tantos erros do passado.
Desenganem-se aqueles que acham que os jovens se deixam enganar. A juventude Portuguesa sabe que :
– A dívida está controlada e Portugal financia-se a mínimos históricos.
– O Partido Socialista congelou as pensões mínimas sociais e rurais depois de as ter aumentado em ano eleitoral. O atual Governo atualizou-as sempre acima da taxa da inflação.
– O Partido Socialista deixou a acção social escolar atrasada e desarrumada. O actual governo arrumou a casa e paga hoje em menos de metade do tempo aos estudantes carenciados.
– Quem na realidade defende o Estado Social é esta maioria. Porque quem valoriza o Estado Social é quem o paga e quem o reforma e não quem o afunda dando tudo a todos, até não haver mais nada para dar. Salvar o Estado Social é tirar a Troika de Portugal, não é pô-la cá dentro.
O Partido Socialista não nos vem dar lições sobre o Estado Social.
Iniciámos um novo ano com uma nova esperança.
Iniciámos 2015 com um país sem troika – e por isso com mais liberdade.
Um país sem programa cautelar – e por isso com mais autonomia.
Um país sem o tão temido segundo resgate e por isso com maior soberania.
Um país sem a anunciada espiral recessiva, sendo, pelo contrário, o que mais cresce na zona Euro.
É este arranque, é esta sensação de liberdade, que me faz ser um jovem com esperança, como tantos outros, algo que há quatro anos atrás escasseava não havia em Portugal.
Mas não estamos ainda satisfeitos, vamos continuar a reformar Portugal.
Sra. Presidente, Senhoras e Senhores deputados:
Quem governa bem, governa para todos, e não apenas para uma classe ou geração. E por isso é importante cuidar do Futuro.
– Queremos continuar a afirmar a educação e a qualificação no centro do modelo de desenvolvimento do país, assente numa maior formação cívica, pessoal e politica dos cidadãos. É fundamental que todos os jovens que terminam hoje a sua formação obrigatória em Portugal sejam capazes de compreender o funcionamento dos órgãos de soberania e a sua organização.
– Queremos continuar a valorizar o papel do estudante, o papel do professor e o regular funcionamento do sistema educativo.
– Ambicionamos uma reorganização da rede de ensino superior e o redesenhar de um novo modelo, mais justo, do seu financiamento.
– Queremos eliminar as atuais barreiras iníquas ao acesso dos jovens à profissão e ao mercado de trabalho.
As ordens profissionais, cujo papel na regulação das profissões é fundamental, não podem continuar a tolher o futuro dos jovens portugueses.
– É necessária uma maior coerência entre a avaliação dos cursos superiores e o justo acesso ao exercício de uma profissão para a qual se estudou. Nem o dinheiro nem o interesse de uma classe se podem sobrepor aos direitos dos jovens portugueses.
E sim, queremos também:
– apostar nas empresas inovadoras e na relação da economia com a ciência.
– Queremos diminuir a carga fiscal aos portugueses e às empresas portuguesas.
– Queremos reformar o sistema político e eleitoral, aproximando eleitos e eleitores.
Senhora Presidente, Senhoras e Senhores Deputados,
Actualmente, Portugal cresce. Pouco para a nossa ambição, é certo, mas com previsões de 1,5 % para 2015 e com uma esperança redobrada a encarar o futuro.
Neste ano decisivo de 2015, quero aqui deixar uma garantia: a garantia de que a juventude portuguesa está cá para dar o seu contributo ao país.
Termino fazendo votos de que, neste novo ano, Portugal possa continuar o seu caminho, rumo a um país mais próspero e mais justo.